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A
proposta prevê um aumento entre 25% e 40% para os profissionais e
contempla desde os soldados até os coronéis, além de oferecer 300 novas
vagas para subtenentes. As correções salariais devem ser feitas em maio
de 2017 e nos meses de abril e dezembro de 2018. Na quarta-feira (15), o
projeto segue para segunda votação na Alepe e, na quinta-feira (16),
para redação final. Caso seja aprovada, a proposta segue para sanção do
governador de Pernambuco, Paulo Câmara, na sexta-feira (17).
Antes
mesmo de os parlamentares votarem a proposta, o projeto motivou um
debate acalorado entre os deputados. Nas galerias, policiais e bombeiros
militares que assistiam à sessão aplaudiram as falas contrárias ao
reajuste proposto pela administração estadual, como as dos deputados
Edilson Silva (PSOL) e Priscila Krause (DEM), e vaiaram os discursos
favoráveis ao governo, como o proferido pelo deputado Rodrigo Novaes
(PSD). Iniciada por volta das 17h, a votação durou cerca de dez minutos.
Integrante
do grupo favorável à proposta, o deputado Isaltino Nascimento (PSB)
alegou que o projeto é benéfico para a categoria. “Esse resultado
interessa à corporação porque propõe a paridade entre as polícias civil e
militar, uma das maiores reivindicações da tropa. Será destinado quase
R$ 1 bilhão em dois anos para reajustar os salários dos profissionais. O
custo que o governo está tendo é alto, e essa proposta atende às
necessidades deles”, frisou.
O
deputado Silvio Costa Filho (PRB) foi um dos deputados que se retirou
da casa. Questionando a legitimidade jurídica do projeto, ele alegou que
a proposta deveria ser votada somente após cinco reuniões ordinárias.
“A Assembleia Legislativa de Pernambuco está rasgando o regimento
interno ao colocar esse projeto em votação”, pontuou o parlamentar.
Ainda
de acordo com o parlamentar, a oposição pretende suspender a sessão
desta terça (14) através de uma ação judicial. “Fizemos um apelo ao
presidente da casa, mas eles [deputados a favor da proposta] aprovaram
usando um rolo compressor. Em nenhum momento, o governo respondeu
através da Procuradoria Geral da casa sobre o rito processual. Há
entendimentos de que a sessão de hoje não poderia ter sido realizada”,
explicou.
Do
lado de fora da Alepe, policiais e bombeiros militares se reuniram para
aguardar o término da votação. Acompanhados por representantes da
Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE), os profissionais
garantiram a manutenção da operação-padrão, deflagrada desde dezembro de
2016.
Gritando
frases como “não vai ter Galo”, a categoria sinalizou que a segurança
do carnaval pode ser comprometida devido à aprovação do projeto. “Nenhum
dos policiais quer receber as diárias do carnaval depois desse
projeto”, pontuou o deputado Joel da Harpa (PTN).
Apesar
do descontentamento com a aprovação da proposta do governo, o
presidente da ACS-PE, Albérisson Carlos, alegou que a categoria não
deseja greve. Ainda assim, ele não descartou a possibilidade de
paralisação. “O governo quer que a categoria perca o controle, mas
estamos fazendo tudo dentro da legalidade. Mesmo assim, seria leviano
falar que não haverá greve de jeito nenhum”, pontua.
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