Por: Jozias Umbelino e Ricardo Gois
A Série “Rústicos” traz
ao conhecimento do leitor informações importantes sobre mais uma raça de
caprinos adaptadas à região Nordeste do Brasil. Trata-se da raça Marota. Conheça
algumas características que permitem identificar os animais dessa raça, a sua
importância produtiva e econômica para nossa caprinocultura.
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foto: Cicero lajes |
Marota
A raça de caprinos Marota originou-se através de
um processo de seleção natural dos ecótipos de caprinos introduzidos pelos
portugueses, na época da colonização. Trata-se de um tipo étnico, pouco
produtor de leite, formado sobre condições desfavoráveis, cuja rusticidade e
adaptação lhe proporcionam a capacidade de sobreviver e produzir em ambiente
pouco favorável.
Características
O caprino da raça Marota é de pelagem branca, de
pequeno porte, apresenta cabeça ligeiramente grande e vigorosa, chifres
desenvolvidos, divergentes desde a base, voltados levemente para trás e para
fora, pontas reviradas quase sempre para frente, orelhas pequenas terminando em
ponta arredondada, forma alargada com ocorrência de pequenas manchas escuras;
pescoço delgado; tronco ligeiramente alongado, linha do dorso lombar reta,
garupa inclinada; tórax e abdômen amplos; membros alongados, fortes e
aprumados; pele e mucosas claras apresentando pigmentação na cauda e face
interna das orelhas; pelos curtos e presença de barba; úbere bem desenvolvimento.
Apesar de conhecer a importância e a necessidade
da preservação e da seleção das raças adaptadas de caprinos, formadas no
Nordeste, a raça Marota, como as demais, acha-se em processo de extinção.
Isto
se deve, principalmente, ao sistema extensivo de exploração ainda existente na
região que permite a ocorrência de cruzamentos não controlados dessas raças,
entre si, e destas com as diversas raças exóticas introduzidas mais
recentemente, dando origem a animais sem raça definida (SRD), que constituem o
principal rebanho de caprinos da região Nordeste, segundo Raimundo Bertino
Assessor Técnico do Centro Sabiá, outro fator que tem contribuído para a
extinção de raças adaptadas é a introdução de animais de raças não adaptadas,
vendendo a falsa ideia de que esses animais exóticos são mais produtivos, no
entanto sua criação requer maiores cuidados, são mais sensíveis a doenças e
requer uma alimentação especial causando assim um custo maior para os pequenos
agricultores por esses motivos muitos produtores deixam de criar.
Valorizar as características de animais locais faz toda uma diferença no resultado final.
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