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quarta-feira, 29 de março de 2017

Programa de Rádio Adolescente destaca temas sobre a mulher durante o mês de março



A ADESSU Baixa Verde está executando desde agosto de 2016, o projeto “Programa de Rádio Adolescente – Em sintonia com meus direitos”, que tem como objetivo empoderar jovens e adolescentes sobre o conhecimento e a reivindicação de seus direitos por meio da comunicação popular. O projeto é financiado pela Cooperação Alemã KinderNotHilfe – KNH.

Com duração de 30 minutos, o programa “Em sintonia com meus direitos” vai ao ar todos os sábados das 8h às 8h30 da manhã na Rádio Cultura FM, 92.9, de Serra Talhada, Pernambuco. Na sua grade, são abordados diversos temas que dizem respeito a luta e a conquista direitos para todos, em especial, crianças, adolescentes e jovens.

No mês de maio, mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, os temas foram escolhidos com o objetivo de destacar o papel da mulher na sociedade, além de denunciar violações de direito desse público. Foram debatidos os temas: Feminismo; A mulher no mercado de trabalho; A história de uma agricultora familiar e Como a reforma da previdência afetará mais as mulheres, caso seja aprovada.


O programa é produzido e apresentado por 10 adolescentes e jovens de comunidades rurais dos municípios de Santa Cruz da Baixa Verde e Triunfo-PE, que vivenciam um processo de formação continuada através dos debates sobre os direitos e sobre o uso dos veículos de comunicação, como ferramentas de reivindicação. “Este programa de rádio foi e continuará sento muito importante para mim, pois ajudou na minha timidez (eu supero a cada dia a vergonha de falar no microfone, e a aceitação da minha voz), e no meu aprendizado sobre determinados temas, também contribuiu bastante para o meu avanço profissional e pessoal”, relatou a jovem Aiane Lopes.

terça-feira, 28 de março de 2017

Salgueiro garante primeiro lugar no Campeonato Pernambucano

Faltando apenas duas rodadas para o fim das partidas classificatórias do Hexagonal do Título, o Salgueiro Atlético Clube garantiu a vaga nas semifinais e assegurou o primeiro o primeiro lugar isolado na tabela. O time treinado por Evandro Guimarães venceu o Central por 2 a 0 neste domingo (26), no Estádio Antônio Inácio, em Caruaru, com gols do meia Valdeir e do lateral-esquerdo Daniel.

O Carcará do Sertão somou 19 pontos nas oito rodadas até o momento, contra 13 do Santa Cruz, segundo colocado, e 13 do Sport, que ficou na terceira posição pelo saldo de gols. O time salgueirense tem seis vitórias e não pode mais ser alcançado pelo Santa Cruz ou Sport. O Náutico, em quarto lugar, tem 12 pontos.

Matematicamente, Salgueiro, Santa, Sport e Náutico estão garantidos nas semifinais do estadual, já que o Belo Jardim e Central possuem apenas cinco pontos e mesmo que vençam os dois próximos jogos não conseguirão alcançar o quarto colocado.

segunda-feira, 27 de março de 2017

“É hora de debater sobre o modelo de produção dos alimentos", defende pesquisadora

Para Maureen Santos, momento deve suscitar debates sobre toda a cadeia de produção de carne e de outros alimentos

Por: Mariana Pitasse
 
Foto: Brasil de Fatos
Desde a última semana não se fala de outra coisa que não seja a operação Carne Fraca da Polícia Federal. A investigação encontrou irregularidades sanitárias em frigoríficos de Goiás, Paraná e Santa Catarina. Entre elas, carne estragada, aditivos acima do liberado e substâncias cancerígenas. Depois que veio a público, países como a China, Japão, Suíça e Chile impuseram embargos à carne brasileira. Para contribuir no debate sobre o assunto, o Brasil de Fato conversou com Maureen Santos, coordenadora de justiça socioambiental da Fundação Heinrich Böll no Brasil. Maureen organizou o Atlas da carne - fatos e números sobre os animais que comemos, uma publicação elaborada por pesquisadores do Brasil, Chile, México e da Alemanha, que mapeia a produção industrial de carne no mundo e como ela atinge recursos hídricos e solos, influencia as mudanças climáticas e aumenta a desigualdade. Na entrevista, Maureen fala sobre os impactos sócio ambientais da produção da carne e a necessidade de repensar a maneira como nos alimentamos.
Brasil de Fato: A que atribui toda a repercussão em torno da operação Carne Fraca na última semana?
Maureen Santos: A operação está trazendo bastante polêmica por conta das denúncias, que algumas pessoas acreditam ter um motivador político forte por trás, mas principalmente porque é um assunto que toca muito individualmente para quem come carne e também para quem não come. A partir da repercussão, vários temas ficam em evidência. Do ponto de vista do que a gente vem trabalhando, o principal deles é o modelo de produção e desenvolvimento que precisa ser revisto.
Quanto de carne é consumida hoje no Brasil?
No Brasil, se consome de 75 a 90 quilos de carne por pessoa em um ano. É uma média alta, que ultrapassa a média mundial dos países emergentes, que é de 30 quilos por pessoa em um ano. Nos últimos anos houve um aumento considerável do consumo porque a produtividade aumentou e o preço baixou.
Uma das críticas que circulou pelas redes sociais falava que enquanto a classe média discutia sobre a carne intoxicada, entre as camadas mais pobres, o clima era de comemoração porque o preço da carne havia baixado nos mercados. Você acredita que essa repercussão vai impactar, de fato, o consumo da carne no país?
Como você disse, muita gente não está tão preocupada assim com o que consome e esse é um ponto que acaba esbarrando em questões sociais, de renda e estilo de vida. Mas de imediato tem um impacto sim no consumo e a mídia tem um papel muito importante nesse processo. O noticiário só fala sobre intoxicação da carne. No entanto, a médio e longo prazo o consumo voltará a ser o que era. Agora estamos em período de alerta e aguardando a explicação das empresas, mas daqui a pouco a propaganda vai voltar com tudo e as pessoas vão retornar para sua dieta de costume. Por isso, estamos em um momento importante de reflexão. Temos que aproveitar que esse assunto está sendo muito comentado para debater o que a gente come e o modelo em que a gente está inserido. Não é só uma questão de carne estragada. Faz parte do sistema em que a carne é produzida com bastante uso de fármacos e hormônios e que percorre distâncias imensas para chegar ao nosso prato. É um modelo de produção insustentável para o planeta. Todas essas questões estão sendo invisibilizadas pela mídia para tratar apenas da carne estragada.
Além de só falar na carne estragada, o noticiário tratou como uma questão generalizada. Isso está prejudicando as vendas, alguns países já barraram a importação da carne brasileira. Qual sua avaliação sobre essa questão? A detecção de um problema em alguns frigoríficos expressaria uma tendência da produção nacional?
Vimos um número importante de frigoríficos envolvidos e grande parte deles são bem famosos, mas não acredito que seja algo disseminado na cadeia. Para exportar a carne há procedimentos extremamente rigorosos, então, não pode ser generalizado. Isso não só para a carne, mas se vermos as frutas, os legumes e os outros produtos que são exportados, têm outro padrão, de melhor qualidade do que os que permanecem no mercado nacional. Temos que lembrar que a gente vive em um sistema capitalista que tem como base a competição. Outros países estão enxergando essa falha da produção brasileira como uma oportunidade de desenvolverem seus comércios. No cenário internacional é a carne do Brasil recuando e outros mercados tentando ocupar seu espaço, isso faz parte da guerra comercial. Então, não fico surpresa que países estrangeiros estejam barrando a carne brasileira por uma questão de disputa.
Caso se comprovem as acusações de venda de produtos contaminados ou corrupção de agentes públicos e privados, quais devem ser e contra quem devem incidir as sanções legais?
Deve haver uma investigação muito profunda do que está acontecendo para punir quem for necessário. Mas a questão que mais importa nesse contexto é que as pessoas comecem a se preocupar com o que estão comendo. O tema da investigação não trata os problemas da cadeia. O debate político é importante, mas está invisibilizando o cerne da questão que não é só corrupção, mas o sistema de produção de carne que está todo errado. Esse é o assunto mais urgente, no entanto, o foco do debate está sendo desviado.
Quais as questões mais gritantes da produção da carne no Brasil?
Hoje, a produção de carne se utiliza água de forma absurda, contribui para desmatamento dos biomas, concentra renda, entre tantas outras questões. São 200 milhões de hectares destinados à produção, correspondente a nove vezes o tamanho do estado de São Paulo. Além disso, a população brasileira é de 207 milhões de pessoas, enquanto as cabeças de gado superam 210 milhões. A carne estragada vai ser corrigida por eles em pouco tempo, mas ainda sim temos que exigir um novo padrão de desenvolvimento para o nosso país, em que a produção da carne dentro dos moldes de hoje não caiba.
O Atlas da Carne aponta que a criação animal em escala industrial traz consequências como a fome. Por quê?
A produção em cadeia não é feita para atender quem está com necessidade de alimentação e sim a uma camada pequena da população. Aqui no Brasil, o consumo é mais disseminado, mas em outros países em desenvolvimento e de pobreza extrema, a nutrição que a carne traz também não é acessada. A narrativa de que é preciso aumentar a produtividade é mentirosa, porque a carne só atende às disputa do mercado. O objetivo não é o combate à fome e à pobreza, se não, o foco seria a produção camponesa. Ainda que a produção familiar e camponesa tenha aumentado nos últimos anos, com crédito e assistência técnica, definitivamente não foi prioridade.
Qual o caminho que o consumidor deve seguir a partir desse polêmica em torno da carne?
Deve servir como momento de reflexão, não só em relação a carne mas a tudo que a gente come. Voltar as atenções para a produção local é um movimento muito importante. É preciso valorizar o espaço de feiras locais, produções locais, formas de cooperação entre o consumidor e o produtor. Assim as duas demandas serão atendidas: comida de qualidade para o consumidor e renda para o produtor. É preciso pensar na agroecologia como uma alternativa. Temos que buscar novas formas. É fundamental pensarmos diferente e exigirmos a qualidade dos nossos alimentos. Temos que debater o modelo de produção dos alimentos.

Edição: Vivian Virissimo

 

sexta-feira, 24 de março de 2017

TRIUNFO SEDIA ATO PÚBLICO E SEMINÁRIO NO DIA MUNDIAL DA ÁGUA


Em virtude da programação da 5ª Semana Mundial da Água, a ADESSU Baixa Verde, o Centro Sabiá e parceiros locais, realizaram nesta quarta-feira, 22 de março, em Triunfo, um Ato Público e um Seminário com o objetivo de debater sobre práticas de conservação e uso consciente da água, além de reivindicar políticas públicas de garantia dos recursos hídricos. 

A partir das 08h, membros da ADESSU Baixa Verde, Centro Sabiá, CECOR, Diaconia, Secretarias Municipais de Triunfo, Prefeitura Municipal, Escolas, Conselho Tutelar, agricultores e agricultoras se reuniram na Praça Carolino Campos, onde foram realizadas apresentações de poemas e repentes pelos estudantes e exposição de cartazes com a temática da água. 

Membros das organizações e do poder público tiveram espaço para suas contribuições. As atividades da manhã foram encerradas com um gesto simbólico pela preservação da água, um abraço coletivo no açude da cidade.

Às 14h, aconteceu no auditório do Lar Santa Elizabeth, o Seminário com o tema A Caatinga Guardiã da Água: “Reaproveite a água que você usa”. O evento teve como palestrante o professor Daniel Duarte, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do Instituto Nacional do Semiárido (INSA). 

Em sua palestra, o professor Daniel fez referência ao surgimento da Caatinga ao longo da história da humanidade. E destacou que a natureza independe da ação do homem por ter sua própria transformação natural. Porém a ação

Além de representantes das organizações que estiveram durante o Ato pela manhã, também estiveram no Seminário, o professor Genival Barros, da UFRPE/UAST Serra Talhada, membros do Lar Santa Elizabeth, STR, Casa da Mulher do Nordeste, Fraternidade Nossa Senhora das Graças, Câmara de Vereadores e Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC). 

“No tempo em que a previdência é atacada, direitos trabalhistas negados, toda essa perda, ver um grupo discutindo sobre um tema tão importante é uma esperança. A outra esperança é o apelo da campanha da Fraternidade com o tema Cuidadores do meio ambiente. A 5ª SEMA é um movimento de resistência da agricultura familiar agroecológica que vem se consolidando”, comentou Afonso Cavalcante, representante da Diaconia, Afogados da Ingazeira.

As atividades da Semana da Água foram promovidas por organizações sociais integrantes da Articulação no Semiárido de Pernambuco (ASA-PE), em parceria com diversos segmentos da sociedade civil, entre os dias 20 e 24 de março.

Confira como votaram os deputados federais pernambucanos sobre a terceirização ampla



A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (22), projeto de lei de 19 anos atrás que permite terceirização irrestrita em empresas privadas e no serviço público. O texto principal do projeto foi aprovado por 231 votos a 188. Entre os 20 deputados federais pernambucanos que estiveram na votação, 12 votaram a favor e oito se manifestaram contra o projeto. 

A proposta também amplia a permissão para contratação de trabalhadores temporários, dos atuais três meses para até nove meses - seis meses, renováveis por mais três.

Os deputados pernambucanos que votaram a favor do projeto foram:

André de Paula (PSD)
Agusto Coutinho (Solidariedade)
Carlos Cadoca (PDT)
Eduardo da Fonte (PP)
Fernando Monteiro (PP)
Guilherme Coelho (PSDB)
Jarbas Vasconcelos (PMDB)
Jorge Côrte Real (PTB)
Marinado Rosendo (PSB)
Pastor Eurico (PHS)
Ricardo Teobaldo (PTN)
Zeca Cavalcanti (PTB)

Contra a aprovação da teceirização irrestrita ficaram:
Betinho Gomes (PSDB)
Creuza Pereira (PSB)
Daniel Coelho (PSDB)
Danilo Cabral (PSB)
Luciana Santos (PCdoB)
Severino Ninho (PSB)
Silvio Costa (PTdoB)
Wolney Queiroz (PDT)

Não estiveram presentes os deputados:
Adalberto Cavalcanti (PTB)
Gonzaga Patriota (PSB)
Tadeu Alencar (PSB)
João Fernando Coutinho (PSB)
Caio Maniçoba (PMDB)


Fonte: Diário de Pernambuco

quinta-feira, 23 de março de 2017

Poesia da semana: A maior riqueza da vida

Renalyy Alves
Renalyy Alves,  Filha da Terra da mãe da cantoria, Teixeira-PB, sempre gostou da arte das palavras, desde pequena foi encantada pela literatura regional do nordeste, através da sua vizinha Dona Lurdes, que sempre a motivou a ler cordéis, escutar cantoria e lhe contava historias e histórias sobre a cultura popular nordestina. Começou escrever ainda na adolescência porém no estilo livre e a mais o menos um ano a se dedicar a aprender a poesia do repente, escreve de forma amadora para expressar suas opiniões e sentimentos sobre os encantos e mazelas da vida. Grata à todos que sempre à incentivaram ingressar nessa arte mesmo de forma amadora e apreciadora do grande patrimônio de artistas populares nordestinos. Se considera na vida uma eterna aprendiz!







Por Renally Alves 
A minha inspiração 
Brota de uma lembrança 
Que trago nesse meu peito 
Do tempo que fui criança
E eu traduzo em verso 
O que ficou por herança.

Venho de um lugar simples 
Mas bem aconchegante
Que tinha a felicidade
Como fruta abundante
E seu valor  pra mim é
Maior que qualquer brilhante.

Lá eu já derramei lágrimas 
De alegria e de tristeza
Da vida reconheci 
Qual é sua maior riqueza
Que é ver nas coisas  simples
O poder da sua beleza.

Ilustração: Leandro Alves 
Ambos de Teixeira- PB

quarta-feira, 22 de março de 2017

Frente Brasil Popular lança calendário nacional de luta contra políticas de Temer

Foto: Leandro Taques

Previstas até maio, atividades focam defesa de direitos como o programa Minha Casa Minha Vida e retomada da democracia




Edição: Vanessa Martina Silva
Após o sucesso das manifestações nos dias 8 e 15 de março, as organizações que integram a Frente Brasil Popular (FBP) preparam novas datas de mobilização. As manifestações focam a agenda social e econômica do presidente não eleito Michel Temer (PMDB).
As ações foram discutidas, nesta segunda-feira (20), em reunião com representantes das entidades que compõe a Frente. Movimentos populares, organizações sindicais e entidades estudantis e de mulheres avaliaram que os atos foram apoiados pela população e que a rejeição às propostas de Temer aumenta.
O 8 de Março foi promovido por movimentos feministas. Já a paralisação do dia 15 foi protagonizada pelos trabalhadores e trabalhadoras da educação, tendo recebido apoio de outras categorias. As duas manifestações focaram a denúncia da proposta de desmonte da previdência e foram apoiadas pela FBP.
Crise
A reunião foi iniciada por apresentações do ex-ministro de Comunicação Social Franklin Martins e da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Martins analisou o contexto político após o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Para ele, a deposição da presidenta foi motivada pelos avanços promovidos pelas administrações petistas. Entretanto, só pôde ser efetivado por conta dos limites e deficiências deste mesmo projeto: “o golpe veio por conta de nossos acertos [do governo], mas fomos derrotados por nossos erros”, colocou. Ele defendeu também a necessidade de mobilização constante contra as medidas do governo de Temer.
“Uma coisa tem que ficar clara nesse ano: eles não mandam nesse país”, resumiu. “Nós temos que combater o discurso de que a distinção entre direita e esquerda acabou. A primeira acha a pobreza natural, nós defendemos o combate a ela”.
Já Feghali considera que o governo peemedebista privilegia os interesses do poder econômico em detrimento da maioria da população. “Houve um deslocamento do Estado pelo mercado. Perdeu-se a noção de cidadania”, analisou. “A política de desinvestimento é muito grave. A mudança do papel do BNDES é dramática, voltando a ser financiador de privatizações”.
A parlamentar concordou com a análise de que as últimas manifestações apontam para novas possibilidades. “O 8 de março, o dia 15, e o ato ontem na Paraíba, são dias especiais”. Segundo ela, as manifestações recentes significam uma “tomada de consciência em relação ao significado do impeachment”.
Calendário
O calendário debatido pela FBP se relaciona com medidas e propostas defendidas pelo governo Temer.
No dia 30 de março, mobilizações protagonizadas por movimentos de moradia ocorrerão em defesa do programa habitacional Minha Casa Minha Vida. Um dia depois, atos estaduais lembraram o golpe de 1964, relacionando-o aos eventos de 2016 e destacando o papel cumprindo pelos grandes meios de comunicação.
No mês seguinte, no dia 7, ocorre a Jornada Nacional de Lutas, promovida pelo movimento estudantil e entidades de juventude. Ainda em abril, atividades serão preparadas pensando na data de votação do projeto de desmonte da previdência na comissão especial da Câmara que análise a proposta. Na segunda quinzena do mesmo mês, paralisações sindicais devem ocorrer.
Já em maio, a Frente se somará às manifestações do Dia Internacional do Trabalhador (1º).



 

segunda-feira, 20 de março de 2017

Defesa dos biomas é tema da Campanha da Fraternidade

Por Marina Moura (Centro Sabiá)

Foto: Tito Barbosa
A Campanha da Fraternidade 2017, iniciativa anual promovida pela Igreja Católica, tem como temática “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida”. A CF 2017 foi inaugurada em todo o país no último 1º de março, na Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), e estabeleceu os seguintes objetivos: enfatizar a diversidade de cada um dos seis biomas do Brasil (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal), defender todas as formas de vida que se manifestam nesses ecossistemas e cobrar das autoridades públicas comprometimento com a ecologia. Em mensagem destinada à campanha, o Papa Francisco reconheceu a relevância da escolha do tema e observou que “as degradações do ambiente são sempre acompanhadas pelas injustiças sociais”.
Caracterizados por serem espaços de uniformidade climática, vegetação similar e formação socioambiental comum, os biomas do Brasil sofrem atualmente com problemas como desmatamento e poluição de seus rios, apontados no texto da CF como consequência da “falta de consciência ecológica e falta de ética em ações práticas”. O Padre Josenildo Nunes, da paróquia de Serra Talhada, no sertão pernambucano, considerou a importância da campanha por entender que “não estamos tendo uma postura adequada, um bom relacionamento com a natureza”.
Engajado há 23 anos em assessorar agricultores e agricultoras na promoção e preservação de agroflorestas, o Centro Sabiá apoia a causa da Campanha da Fraternidade e desenvolve ações especificamente em áreas de Caatinga e Mata Atlântica, no estado de Pernambuco.
Maria Cristina Aureliano, coordenadora técnico-pedagógica da organização, aponta de que maneira o Sabiá auxilia na defesa desses biomas: “No sistema de produção agroflorestal, a gente busca associar plantas de ciclo curto com plantas frutíferas e nativas. Então só esse ambiente já promove, em certa medida, a recuperação e manutenção do bioma. É um sistema de produção o que protege o solo porque ele não realiza queimada, e sempre que faz uma poda ou retirada, deixa esse material sobre o solo, conservando-o e protegendo-o”.
O bioma da Caatinga é o único exclusivamente brasileiro e considerado o mais frágil deles. “Trata-se de um clima rico em vida inteligente, adaptada ao clima semiárido, no entanto é onde mais se tem preconceitos e estigmas”, como consta no documento da CF. Um dos desafios para a preservação da Caatinga é promover a biodiversidade, ações estimuladas pelo Centro Sabiá quando, por exemplo, “cria espaços de trocas de sementes entre agricultores e agricultoras”, assinala Maria Cristina.
Dados da Fundação SOS Mata Altântica indicam que este bioma, presenta em 17 estados da federação, possui apenas 12% de sua cobertura original. Apesar de entraves como o desmatamento e o cultivo de monocultura ainda serem uma realidade, o fato é que a agricultura agroflorestal tem restaurado e dado esperança à manutenção e conservação da Mata Atlântica. A coordenadora do Sabiá avalia que a organização se alinha à CF na medida em que “tem estimulado a troca e, em consequência, a biodiversidade, a variedade entre as plantas, nesse campo de formação e multiplicação”.
Tradicionalmente, a Campanha da Fraternidade se encerre no último dia da Quaresma – nesta edição, será no dia 15 de abril –, um período que “representa a passagem da morte para a vida”, nas palavras do Pe. Josenildo. A despeito disso, e da necessidade passar por essa data “não apenas de modo teórico”, como afirma o religioso, a  a ideia é que a iniciativa se estenda até o final do ano, com palestras, simpósios, seminários e visitas às comunidades e entidades sociais para conscientizar acerca da preservação do meio ambiente.

domingo, 19 de março de 2017

Transposição, a hora da verdade.

A transposição do Velho Chico não é, nunca foi e nunca será a solução para o semiárido, por vários motivos, e Gogó Trás as justificativas neste texto que na minha opinião todo povo do semiárido, os governantes e pessoas que apoiam a convivência e não o combate a seca precisa ler e também repassar para as pessoas que não tem acesso a essas informações.  

Roberto Malvezzi (Gogó)

Há uma certa euforia a respeito da reta final da Transposição de águas do São Francisco para o chamado Nordeste Setentrional. Elio Gaspari, na Folha de São Paulo, disse que a “Transposição de Lula é um sucesso”. É compreensível também a euforia da população receptora. Nós aqui às margens do São Francisco, que somos obrigados a olhar a floresta e não só a árvore, mantemos nosso olhar crítico sobre essa obra.
Em primeiro, a água ainda não transpôs o divisor e não chegou aos estados do Setentrional, mas permanece nas barragens do Pernambuco. Houve vazamento na barragem de Sertânia e o município foi obrigado a remover 60 famílias atingidas pelo vazamento. Houve morte de pequenos animais e destruição de bens familiares.
Segundo, permanecem as encruzilhadas da obra que sempre chamamos a atenção: essa água transposta será para o povo necessitado dos estados receptores ou para o agro-hidronegócio e indústria? Dilma já disse que para cada real posto nos grandes canais, serão necessários dois reais para fazer as adutoras que, de fato, levarão a água aos municípios.
Essa é a primeira diferença entre o projeto de várias adutoras – que defendíamos – e a mega obra da Transposição. Se a opção fosse pelas primeiras, a água já teria ido direto – por tubulação simples – para os serviços municipais de água e estariam dispensados os grandes canais. A opção foi pela grande obra. Talvez hoje, depois da Lava-Jato, fique mais claro o porquê.
Acontece que o cenário político mudou. Se Lula-Dilma tinham interesse em fazer as adutoras a partir dos grandes canais, o atual governo pretende criar o maior mercado de águas do mundo, privatizar as águas da Transposição – que significa também privatizar a água de chuva já acumulada nos reservatórios do Setentrional – e não demonstra interesse algum em fazer sua distribuição.
Por último, a revitalização do São Francisco. Lula-Dilma diziam que iriam fazer a revitalização do São Francisco simultaneamente à grande obra da Transposição. O único investimento que deu resultado foi o saneamento, embora ainda inconcluso e desperdiçando obras iniciadas como as estações de tratamento de Pilão Arcado e as adutoras em Remanso. Aqui em Juazeiro o saneamento avançou.
Essa iniciativa é positiva, mas insuficiente. Sem atacar as causas de destruição do São Francisco, que abrange toda sua bacia, mas principalmente a devastação do Cerrado, não haverá São Francisco em breve tempo.
Hoje, o São Francisco está com uma vazão de 750 m3/s, quando nos garantiam que a partir de Sobradinho sempre seria de 1800 m3/s. Portanto, hoje o volume de água é 1/3 do que os técnicos previam para garantir a água da Transposição.
Sobradinho – a caixa d’água que garante o fluxo abaixo – está com 11% de sua capacidade. O período chuvoso está terminando e todos os usos na bacia, a não ser por um milagre da natureza, estarão comprometidos.
Hoje o mar avança de 30 a 50 km São Francisco adentro, salgando as águas que abastecem a população ribeirinha de Sergipe e Alagoas. Se continuar nesse ritmo, em breve comprometerá a adutora que abastece Aracaju. O rio perdeu força, o mar avança.
O que tem salvado a população nordestina nesses 6 anos de seca foi a malha de pequenas obras hídricas, como as cisternas. Com essas tecnologias e outras políticas sociais vencemos a fome, a sede, a miséria, a migração, os saques e a mortalidade infantil. O IDH subiu em toda a região e o crescimento foi visível em relação a outras regiões do Brasil. Logo, não foi a grande obra. O paradigma da convivência com o Semiárido mostrou-se eficaz, enquanto o paradigma do combate à seca só encheu as burras dos coronéis.
Portanto, olhando a árvore o sucesso da Transposição está garantido, olhando a floresta os problemas continuam e se acumulam. 

Fonte:robertomalvezzi.com.br

sexta-feira, 17 de março de 2017

5ª Semana Mundial da Água tem vasta programação na região do Pajeú

Com o tema “Caatinga: Guardiã da Água”, uma programação ampla está sendo preparada por organizações sociais integrantes da Articulação no Semiárido de Pernambuco (ASA-PE), em parceria com diversos segmentos da sociedade civil, para comemorar a 5° Semana Mundial da Água (SEMA) no Sertão do Pajeú.

Os eventos começam nesta segunda (20), e seguem até o dia 24 (sexta-feira) nas cidades de Afogados da Ingazeira, Carnaíba, São José do Egito, Serra Talhada e Triunfo.

A SEMA tem como objetivo chamar a atenção da sociedade e do poder público para as consequências da degradação da vegetação da Caatinga, o que provoca escassez de água no Semiárido.

A programação, relacionada ao tema da Campanha da Fraternidade 2017 – “Biomas Brasileiros e Defesa da Vida”, contará com caminhada, missa, seminários, ato em defesa do Rio Pajeú, abraço simbólico ao açude de Triunfo, palestras e audiência pública.

A proposta é difundir práticas de conservação e uso consciente da água, além de reivindicar políticas públicas de garantia dos recursos hídricos.

Confira a programação:

20/03 – Carnaíba

8h – Caminhada pelas nascentes na comunidade de Barreiros, organizada pela Diaconia, Grupo Fé e Política e parceiros locais;

11h – Missa na mesma comunidade com os padres Luís Marques (Luizinho), da Ingazeira, e Antônio Orlando, de Afogados da Ingazeira, para refletir sobre o bioma Caatinga e a necessidade de conservar as nascentes da comunidade.

21/03 – Serra Talhada

9h – Seminário A Caatinga Guardiã da Água: “Como garantir a água por mais tempo”, organizado pelo Centro de Educação Comunitária Rural (Cecor) e parceiros locais – palestrantes: Professor Genival Barros – UFRPE e agricultor (a) experimentador (a). Local: Auditório do Cecor

22/03 – Triunfo

8h – Ato Público

9h30 – Abraço no Açude

14h – Seminário A Caatinga Guardiã da Água: “Reaproveite a água que você usa” - Palestrantes: Professor Daniel Duarte – UFPB/INSA e agricultor (a) experimentador (a) – Realização: ADESSU Baixa Verde, Centro Sabiá e parceiros locais.

22/03 – Serra Talhada

8h – Ato Público em defesa do Rio Pajeú – Concentração no Bairro da Caxixola

13h30 – Palestra no IF Sertão – Campus Serra Talhada

19h – Palestra no Centro Tecnológico – Serra Talhada

23/03 – Afogados da Ingazeira

8h – Seminário A Caatinga Guardiã da Água: “A água que a Caatinga Guarda” – palestrantes: Professor Genival Barros (UFRPE) e agricultor (a) experimentador (a) – Realizado pela Diaconia, Casa da Mulher do Nordeste, Rede de Mulheres Produtoras e Grupo Fé e Política – Local: Centro de Inclusão Digital

24/03 – São José do Egito

8h – Audiência Pública para tratar de conflitos pelo uso da água em reservatórios do município – convidados: APAC, CPRH, Ministério Público Estadual, Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores.


Comunicação ASA PE

quarta-feira, 15 de março de 2017

ADESSU Baixa Verde promove capacitação de pedreiros para a construção de cisternas de placas



Com o objetivo de fortalecer e socializar experiências no processo de construção de cisternas de placas e dialogar sobre a conjuntura política e reforma da previdência. Foi realizada na manhã desta segunda-feira (13), na ADESSU Baixa Verde, uma capacitação para 16 pedreiros que ficarão encarregados da construção das Cisternas do Programa Aditivo Um Milhão de Cisternas (P1MC), que está sendo executado pela Associação, nos municípios de Flores e Serra Talhada-PE.

A capacitação tem duração de 05 dias, mas levando em consideração a experiência prática que os pedreiros já possuem, a equipe decidiu realizar um primeiro encontro teórico e os demais acontecerão em práticas de construção já nas residências das famílias. Durante toda a manhã, os pedreiros e a equipe do programa debateram sobre as dificuldades encontradas no processo de construção, a qualidade das implementações sociais e os benefícios que o processo tem gerado na vida das famílias e também dos pedreiros, a partir da geração de renda.

Em grupo, eles dialogaram sobre características que diferencial uma cisterna com e sem problemas técnicos, como a utilização de materiais de boa qualidade, a localização adequada, o cuidado com o acabamento e também o comprometimento das famílias em mobilizar serventes de pedreiros para a construção. 

No final do encontro, os pedreiros assistiram a uma palestra e discutiram sobre a atual conjuntura política, econômica, social e política do país. Antonio Filho, assessor jurídico da FETAPE, apresentou informações esclarecedoras sobre a proposta de Reforma da Previdência, apresentada pelo Governo Federal e que representa um retrocesso na conquista de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Se aprovado, o projeto determina que a idade mínima para se aposentar será de 65 anos, com pelo menos 25 anos de contribuição à Previdência.

Os pedreiros avaliaram o encontro como um importante processo de formação, pois é uma oportunidade de troca de experiências entre eles, e um espaço de discussão sobre a realidade de cada trabalhador e trabalhadora. Ao relatar as mudanças que o Programa trouxe para suas vidas, muitos destacaram a qualificação para o mercado de trabalho e a geração de renda para suas famílias a partir do trabalho na construção de cisternas.

O pedreiro Evandro Alves, da comunidade Rosário, município de Flores contou que aprendeu o ofício e a começou a trabalhar com seu tio. Hoje ele já perdeu a conta de quantas cisternas já construiu a partir de projetos como o P1MC e o P1+2.




terça-feira, 14 de março de 2017

Centro Sabiá realiza intercambio sobre gestão de banco de sementes



Por: Jozias Umbelino 

Foto:Raimundo Bertino
Nesta Terça feira, 14 de março de 2017, o Centro Sabiá iniciou a realização de um intercambio com 35 agricultores e agricultoras de vários municípios do Sertão do Pajeú e o Agreste Pernambucano. Este intercâmbio tem o objetivo de discutir a gestão de bancos de sementes, realizar testes de transgenia (para detectar se há vestígios de genes modificados) e promover uma reflexão sobre estratégias que possam contribuir para melhorar a convivência com o semiárido. A atividade está sendo realizada na sede da Associação do Sítio Pará, que fica localizada no município de Triunfo-PB. O intercambio vai ocorrer até a quarta feira (15/03), terminando com o almoço.

Durante o intercâmbio alguns debates foram levantados e vários depoimentos importantes foram registrados: “A Bayern Produz Agrotóxicos, Sementes, e também remédios para humanos, os agricultores e agricultoras precisam ficar atentos e valorizar os conhecimentos populares e trabalhar com a cultura do estoque de agua, alimento, sementes, forragens. Não é uma receita de bolo mas, estes são elementos básicos para conviver com o semiárido ” afirma Raimundo Bertino, Técnico do Centro Sabiá, ainda complementa dizendo que outra estratégias é criar animais de médio e pequeno porte adaptados à nossa região, ter acesso a créditos, a adoção de práticas e tecnologias adaptadas, assessoria técnica de qualidade e acesso a terra, são os aspectos que contribui para a melhoria de vida.  
Foto: Raimundo Bertino
     
A atividade está sendo facilitada pela assessora técnica Gildete de Lima, do Centro Sabiá, que trabalha no Agreste Pernambucano.  A facilitadora está trazendo varias reflexões no campo da gestão dos bancos de sementes, a importância das sementes crioulas para as famílias, e como podemos preservar e multiplicar esses conhecimentos e essas riquezas genéticas das sementes que sempre foram fonte de segurança das famílias agricultoras.

sábado, 11 de março de 2017

Casa da Mulher do Nordeste promove intercâmbios entre agricultoras no Sertão do Pajeú


Desde tecnologias de reuso de água aos quintais produtivos sempre a algo novo para se aprender com a troca de saberes

Antônio do Velho e Raimunda Queiroz.
Foto: Retrographie - Acervo Centro Sabiá

“Foi bom por que vi o quintal de Dona Soledade que trabalha com grande diversidade, é fruta, hortaliças, plantas medicinais. E vê como a gente pode fazer de tudo um pouco”, com essa frase, a agricultora Edleuza Balbino, 53 anos, da comunidade de Lagoa do Almeida, de Santa Cruz da Baixa Verde, expressa seu sentimento quanto ao intercâmbio realizado para troca de experiências entre agricultoras de vários municípios do Sertão do Pajeú, em Pernambuco.  O intercâmbio é parte das iniciativas do Projeto de Implantação e Expansão de Quintais Produtivos da Fundação Banco do Brasil executado pela Casa da Mulher do Nordeste que, junto com as agricultoras da região, está contribuindo na convivência com o semiárido.

Neste último mês, já foram realizados 3 intercâmbios que tem como objetivo conhecer as experiências exitosas da região na área de quintais produtivos, sistema agroflorestais e reuso da água.  Com a participação de aproximadamente 57 pessoas, as visitas foram acompanhadas pela educadora técnica Eliane Vieira da Casa da Mulher do Nordeste com a participação de grupos auto-organizados de mulheres que integram o projeto. Este grupo se dividiu para conhecer três experiências nas cidades de Triunfo, Santa Cruz da Baixa Verde e Ingazeira.

Para a agricultora Edleuza Balbino, o intercâmbio foi de muito aprendizado. “A experiência mostrou que é possível fazer uma área só para as galinhas, assim elas não vão para a horta, e aqui deixamos de plantar por causa das galinhas que ficam soltas. Outra coisa importante que vi foi que aproveita a água do telhado para a cisterna. Já estou planejando meu plantio tudo junto e misturado, e uma área para as galinhas”, contou a agricultora. Ela fala ainda que trouxe algumas sementes crioulas de feijão de corda, milho e de pimenta, e como choveu esses dias, já começou a plantar as mudas de capim santo que ganhou de Dona Soledade. Edleuza faz parte da Associação Mulheres Flor do Campo, e também está na comissão do Banco de Sementes de sua região.

A segunda visita ocorreu na comunidade de Sítio Souto, em Triunfo, nesse as participantes conheceram um sistema agroflorestal desenvolvido pela agricultora Alaide Martins, de 55 anos. As participantes entraram em contato com uma grande variedade de plantas e elementos que fazem parte do sistema no sítio de Alaide. Ela conta que iniciou em 2005, com a assessoria da ONG Centro Sabiá, e hoje encontramos na sua propriedade plantas nativas como Jucá, Mororó, Ipê, Murungu, Canasistula, Flamboiã, e frutíferas, como cajueiro, manga, goiaba, acerola, maracujá, graviola, umbu e cajá. Ao todo são mais 300 espécies. Além disso, ela também apresentou a tecnologia da Cisterna Calçadão, que serve para água de produção. “Conseguimos salvar algumas plantas da seca que há 6 anos nos persegue. Plantamos fruteiras em volta da cisterna e alguns canteiros e hortas”, disse.  A agricultora Alaide também reaproveita as frutas com o beneficiamento de polpas que extrai do seu sistema agroflorestal, e comercializa para a família, comerciantes e restaurantes em Triunfo e Flores, contribuindo para a renda da família. Quando está com sua produção em alta, ela consegue vender para 60 clientes. “No momento a produção está pequena pela falta de água”, explicou.

A última visita do intercâmbio ocorreu no Sítio Bom Sucesso, com o desenvolvimento da tecnologia de reuso de água na propriedade de Dona Bernadete. Para Maria das Neves, de 64 anos, da comunidade de Açude da Porta, de São José do Egito, a tecnologia servirá para que ela purifique a água que já utiliza na produção em sua propriedade.  “Aprendi bastante, a técnica de aproveitamento da água da pia e da máquina de lavar roupa. Eu já usava mas sem o processo de purificação da água. A água ia para a produção com a gordura e a química, com risco de contaminação.”, contou.  Ela ficou animada com a tecnologia e pretende realizar mutirões para implementar nas propriedades do grupo de mulheres que faz parte.  “Eu estou estudando um meio de fazer por baixo da terra mesmo, e chegar onde estão as plantas. Eu não perco a água de jeito nenhum, a água de roupa e lavar roupa vai tudo para as plantas, e foi o que segurou a plantação de frutíferas neste período de seca“, explicou.

Já para a jovem vice-presidente da Associação Lutando pelo Desenvolvimento, Márcia Valéria, de 27 anos, da comunidade de Gameleira, município de Itapetim, foi interessante trocar experiência para conhecer outras mulheres e realidades. “Fomos em grupo e conhecemos o grupo de lá. Aqui fazemos mudas para o reflorestamento, com viveiro coletivo, de plantas nativas e frutíferas. Lá todos os grupos passam por dificuldade de união e o nosso não tem essa dificuldade. Aprendemos com elas a experiência de fazer coleta de lixo, e vamos começar a fazer aqui em nossa comunidade”, disse.

Ao final, participantes avaliaram os intercâmbios como importante momento de conhecer experiências que elas não imaginavam que existisse. O intercâmbio é uma metodologia de vivência que possibilita a agricultora de ver na prática experiências de outras tantas mulheres, despertando a curiosidade e o interesse para fazer também seus próprios experimentos nos quintais e no seu território.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Casa da Mulher do Nordeste


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