Por Marina Moura (Centro Sabiá)
Foto: Tito Barbosa |
Caracterizados por serem espaços de uniformidade climática, vegetação
similar e formação socioambiental comum, os biomas do Brasil sofrem
atualmente com problemas como desmatamento e poluição de seus rios,
apontados no texto da CF como consequência da “falta de consciência
ecológica e falta de ética em ações práticas”. O Padre Josenildo Nunes,
da paróquia de Serra Talhada, no sertão pernambucano, considerou a
importância da campanha por entender que “não estamos tendo uma postura
adequada, um bom relacionamento com a natureza”.
Engajado há 23 anos em assessorar agricultores e agricultoras na
promoção e preservação de agroflorestas, o Centro Sabiá apoia a causa da
Campanha da Fraternidade e desenvolve ações especificamente em áreas de
Caatinga e Mata Atlântica, no estado de Pernambuco.
Maria Cristina Aureliano, coordenadora técnico-pedagógica da
organização, aponta de que maneira o Sabiá auxilia na defesa desses
biomas: “No sistema de produção agroflorestal, a gente busca associar
plantas de ciclo curto com plantas frutíferas e nativas. Então só esse
ambiente já promove, em certa medida, a recuperação e manutenção do
bioma. É um sistema de produção o que protege o solo porque ele não
realiza queimada, e sempre que faz uma poda ou retirada, deixa esse
material sobre o solo, conservando-o e protegendo-o”.
O bioma da Caatinga é o único exclusivamente brasileiro e considerado
o mais frágil deles. “Trata-se de um clima rico em vida inteligente,
adaptada ao clima semiárido, no entanto é onde mais se tem preconceitos e
estigmas”, como consta no documento da CF. Um dos desafios para a
preservação da Caatinga é promover a biodiversidade, ações estimuladas
pelo Centro Sabiá quando, por exemplo, “cria espaços de trocas de
sementes entre agricultores e agricultoras”, assinala Maria Cristina.
Dados da Fundação SOS Mata Altântica indicam que este bioma, presenta
em 17 estados da federação, possui apenas 12% de sua cobertura
original. Apesar de entraves como o desmatamento e o cultivo de
monocultura ainda serem uma realidade, o fato é que a agricultura
agroflorestal tem restaurado e dado esperança à manutenção e conservação
da Mata Atlântica. A coordenadora do Sabiá avalia que a organização se
alinha à CF na medida em que “tem estimulado a troca e, em consequência,
a biodiversidade, a variedade entre as plantas, nesse campo de formação
e multiplicação”.
Tradicionalmente, a Campanha da Fraternidade se encerre no último dia
da Quaresma – nesta edição, será no dia 15 de abril –, um período que
“representa a passagem da morte para a vida”, nas palavras do Pe.
Josenildo. A despeito disso, e da necessidade passar por essa data “não
apenas de modo teórico”, como afirma o religioso, a a ideia é que a
iniciativa se estenda até o final do ano, com palestras, simpósios,
seminários e visitas às comunidades e entidades sociais para
conscientizar acerca da preservação do meio ambiente.
Fonte:Centro Sabiá
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