Por: Mariana Araújo
Motivações seriam, principalmente, econômicas, para promover maior desenvolvimento dos Estados
Economista e engenheiro Jacques Ribemboim é m dos líderes do movimento separatista do Nordeste
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Economista e engenheiro Jacques Ribemboim,
é um dos líderes do movimento separatista do Nordeste
Foto: Reprodução/Facebook
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“Imagine o Brasil ser dividido e o
Nordeste ficar independente”. Os versos de Ivanildo Vilanova e Bráulio
Tavares, que ficaram famosos na voz de Elba Ramalho, é o desejo de um
grupo de estudiosos do tema, sediado no Recife. Porém, ao contrário da
música, que exalta principalmente a cultura da Região, sugerindo um
jangadeiro para senador e um homem da roça como suplente, um cantador na
presidência e o vaqueiro liderando partido político, o movimento
separatista tem, principalmente, razões econômicas.
A ideia surgiu no final da década de 1980, em uma turma de mestrado
de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na época, eram
cerca de 15 pessoas que defendiam a ideia. Hoje, são cerca de sete
pessoas engajadas em Pernambuco e cerca de 50 no Nordeste, algumas de
fora do grupo inicial. “É um grupo pacifista que quer debater o assunto e
mostrar para o Nordeste que a melhor via seria a separação completa,
uma ruptura radical e a constituição de um novo país”, explica um dos
líderes do movimento, o engenheiro, economista e professor de economia
do meio ambiente da UFRPE, Jacques Ribemboim, que no pleito de 2016 foi
candidato a vice na chapa de Carlos Augusto Costa (PV), na disputa pela
Prefeitura do Recife. A dupla alcançou 0,62% dos votos.
O debate ressurge após a publicação, na semana passada, pelo JC, de uma matéria sobre o
grupo de Estudo e Avaliação Pernambuco Independente (Geapi), que quer a
independência de Pernambuco em relação ao restante do Brasil.
O economista citou que, há pelo menos 120 anos, o Nordeste sofre um
processo de neocolonialismo interno que, para ele, é mais grave do que o
colonialismo tradicional, com ocupação militar e retirada de bens. No
neocolonialismo, explicou, a exploração se dá mais na troca de relações
comerciais. “Há essa troca desigual, levando matéria prima e mão de obra
abaixo dos valores praticados no mercado internacional e em troca nos
devolve os produtos manufaturados e industrializados a preços muito mais
altos. O Nordeste, enquanto independente, poderia romper essa questão
para negociar direto no mercado internacional e com outros países”,
explicou. Para ele, o modelo atual beneficia apenas o crescimento da
Região Sudeste em detrimento do Nordeste.
As palavras dos poetas poderão se tornar realidade...
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