Fotos: Divulgação
Guardiães da biodiversidade e mestres/as da convivência com o Semiárido, agricultoras/es se tornam embaixadoras/es brasileiras/os na África e América Central
![](http://www.adessubaixaverde.org/wp-content/uploads/2018/11/31865449498_18313991f6_z.jpg)
A desertificação ameaça 1/3 das terras do planeta. Sem dúvida, trata-se de um dos problemas globais mais urgentes da atualidade. Nestas regiões, onde o solo está ameaçado à infertilidade, vive 42% da população planetária. Grande parte são famílias que se alimentam do que cultivam e colhem e, portanto, têm uma relação direta com os recursos naturais - solo, água, sementes.
No Semiárido brasileiro há indícios fortes de respostas a essas perguntas. Desde 2011/2012, a região por um período de chuvas abaixo da média. Pela sua duração e intensidade, a seca tem sido considerada uma das mais severos dos últimos 30 anos. Mesmo assim, não houve um movimento migratório fora da normalidade, não morreram crianças, nem velhos, e não houve saques ao comércio local, como acontecia nesta região em cada período de estiagem mais acentuada.
Apesar da diminuição na produção, as famílias continuaram colhendo uma quantidade de alimentos que supre sua necessidade de consumo e gera excedente que é vendido, gerando renda. Feiras agroecológicas surgiram neste período em algumas regiões e outras conseguiram se manter com número reduzido de feirantes. Algumas também se desmobilizaram no período e foram reativadas, logo que as chuvas retornaram. (http://asabrasil.org.br/noticias?artigo_id=10526&start=6).
Essa realidade do Semiárido foi sendo construída por um conjunto de políticas públicas complementares que permitiram a ampliação do acesso à água às famílias, assistência técnica agroecológica, acesso a crédito, entre outras. Devido a esta condição, o Brasil, representado pela sociedade civil organizada através da Articulação Semiárido (ASA), foi convidado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para trocar experiências com outros países da América Central e da África com regiões subúmidas e semiáridas, respectivamente.
Pensando no quanto a troca de conhecimento popular pode ser uma poderosa estratégia para ampliar a resiliência dos povos, a ASA propôs para a FAO a realização de intercâmbios entre agricultores e agricultoras familiares do Semiárido com a população rural do Senegal e de El Salvador e Guatemala. Afinal de contas, estes lugares sempre foram povoados por quem sempre resistiu às características climáticas mais adversas. Nada mais natural do que escutá-los para encontrar saídas para os desafios trazidos com o aquecimento global e a diminuição das chuvas.
De 5 a 13 de novembro, 13 brasileiros/as do Semiárido, alguns deles/as vindos/as de municípios em estado de emergência pela seca, vão atravessar o oceano Atlântico para encontrar com as famílias agricultoras senegalenses. Conheça um pouco mais das histórias dos agricultores e agricultoras que serão os/as embaixadores/as do Semiárido brasileiro no Senegal (http://asabrasil.org.br/noticias?artigo_id=10693).
![](http://www.adessubaixaverde.org/wp-content/uploads/2018/11/AntonioSabino_PE.jpg)
A população do Senegal vive, desde outubro do ano passado, uma crise alimentícia resultante da falta de chuva. Segundo a organização não governamental Ação Contra a Fome, estima-se que falta de chuva deixou mais de 245 mil pessoas sem alimentos no país. E uma, em cada cinco crianças, sofre de desnutrição aguda. (http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2018-08/no-senegal-seca-deixa-245-mil-pessoas-sem-alimentos-afirma-ong)
Edição: Jéssica Freitas
Sem comentários:
Enviar um comentário